É de conhecimento comum que o bem-estar emocional está ligado à atividade física. Basta pensarmos nos dias em que somos mais ativos, sentimos mais confiança e motivação para fazer mais coisas. Parecemos outra pessoa. Contudo, já pensou no que realmente se passa dentro do nosso cérebro, para além das sensações e pensamentos mais positivos?
A neurobiologia explica-nos que o exercício físico atua diretamente em três grandes vetores do bem-estar cerebral:
1) Na neurogénese e neuroplasticidade. Isto é, o exercício físico auxilia o processo de formação de novos neurónios, especialmente no hipocampo, área cerebral com funções relacionadas com a memória e aprendizagem. Por outro lado, também auxilia na capacidade do nosso cérebro para reorganizar e formar novas conexões sinápticas, contribuindo para uma melhor cognição e flexibilização de pensamento.
2) Na libertação de neurotransmissores. A atividade física promove a libertação de dopamina, serotonina e endorfinas. Estas substâncias químicas do cérebro estão ligadas às sensações de prazer, bem-estar, e alívio de dor.
O exercício físico, quando praticado regularmente, é responsável pela redução de sintomas de ansiedade e depressão.
3) Redução de cortisol. Sabe aquela sensação de relaxamento após uma boa sessão de exercício físico? É o cortisol a baixar. Esta hormona é responsável pelo stress e a atividade aeróbica e muscular ajuda a regulá-la de forma a promover um maior bem-estar psicológico.
Atualmente, existe bastante evidência científica que liga a prática do exercício físico ao bem-estar psicológico. Desde a sua atuação na melhoria de sintomas na ansiedade e depressão, como na melhoria da qualidade do sono, assim como na promoção da autoestima e autoconfiança.
Quando integrado num estilo de vida saudável, o exercício físico pode prevenir o aparecimento de depressão, sendo considerado, por isso, uma ferramenta imprescindível na manutenção da saúde pública, diminuindo, por conseguinte, casos de absentismo e baixas laborais por doença.
Em conclusão, podemos dizer que o exercício físico contribui diretamente para a promoção do bem-estar psicológico e é recomendado que seja integrado de forma regular no nosso quotidiano. Os seus efeitos vão desde a redução do risco de aparecimento de depressão, à redução de sintomas depressivos ou de ansiedade. A atividade física melhora a nossa autoperceção, assim como a resiliência, consciência e sensação de autocontrolo. Estes benefícios devem-se à libertação de neurotransmissores e hormonas que atuam no nosso sistema nervoso central, assim como, a um aumento da capacidade do nosso cérebro de regenerar e reorganizar.
“A falta de atividade física destrói a boa condição de qualquer ser humano, enquanto o movimento e o exercício físico metódico o salva e o preserva”. HIPÓCRATES – “Pai” da Medicina (460 a.C - 370 a.C.)
Um bem-haja a todos os que estão no caminho para descobrir novas formas de se manterem ativos e a todos aqueles que os acompanham e ajudam a desenvolver essas capacidades.
Isabel de Barragán e Sara Neves Virtuoso, Existencialys
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